O Projeto Minhocuçu busca o uso sustentado do minhocuçu R. alatus. Essa espécie de oligoqueto
gigante é utilizada como isca para a pesca amadora há mais de 70 anos. A região central do Estado de Minas Gerais é seu
maior centro de comercialização, especialmente os municípios de Paraopeba,
Curvelo e Caetanópolis. O uso dessa espécie
envolve milhares de pessoas e diferentes atores sociais, dentre eles uma
comunidade quilombola com cerca de 2.000 pessoas, onde a extração de minhocuçus
é a principal fonte de renda. Inúmeros conflitos sociais, ambientais e
institucionais relacionam-se a essa atividade, como captura, acondicionamento e
comércio ilegais de fauna silvestre, invasão de propriedades privadas e de
unidades de conservação, e uso do fogo durante a extração em áreas de cerrado,
pastagens e silviculturas. Tentativas anteriores de
supressão dessa atividade somente intensificaram os conflitos. O problema
socioeconômico persiste e se agrava ao longo do tempo, devido à grande
importância do minhocuçu como fonte de renda e às poucas alternativas de
trabalho na região de ocorrência da espécie.
As
informações resultantes de um processo de formação coletiva do conhecimento,
conduzido nos anos de
Mais informações em:
Drumond, M.A. 2008. Manejo adaptativo do minhocuçu Rhinodrilus alatus. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. Minas Gerais. Brasil.
OBJETIVOS
Promover o uso sustentável do minhocuçu, diminuindo os problemas ambientais e os conflitos sociais existentes nas regiões onde é encontrado.
AÇÕES
- Elaborar um plano de manejo com diretrizes para a utilização
do minhocuçu;
- Executar o plano de manejo, devidamente autorizado pelo
governo;
- Cadastrar extratores, comerciantes e proprietários de terras
onde se encontra o minhocuçu, para formalizar sua adesão aos acordos estabelecidos
no plano de manejo;
- Estabelecer e formalizar contratos de parceria entre
proprietários rurais, comerciantes e extratores para uso das propriedades;
- Acompanhar e promover a fiscalização das atividades de extração, comercialização e uso dos minhocuçus para a pesca, procurando eliminar a extração predatória.
METAS
- Regulamentar a atividade de extração e comércio do minhocuçu,
proporcionando renda a um grande número de famílias nas regiões onde ele é
encontrado.
- Diminuir os conflitos sociais existentes, como invasões de
propriedades e queimadas.
- Gerar alternativa de renda para os proprietários, que poderão arrendar áreas específicas em sua propriedade para a extração do minhocuçu.
“Acreditamos que as metas do projeto só serão alcançadas com a implantação de um acordo de co-manejo e fiscalização da atividade, por meio da participação efetiva de todos os extratores, comerciantes, proprietários de terras e instituições envolvidas na promoção do uso sustentável do minhocuçu”.
Maria Auxiliadora Drumond
ACORDOS A SEREM
REGULAMENTADOS
- O uso de propriedades para a coleta de minhocuçus deverá ser
em comum acordo entre extratores e comerciantes e os proprietários das terras;
- O solo revolvido durante a coleta deverá ser retornado ao
mesmo local;
- Deverá haver rodízio de locais de extração;
- Somente haverá coleta ou comercialização de minhocuçus na
época de seca, quando os mesmos não estiverem em período de reprodução e
alimentação;
- Filhotes não poderão ser extraídos ou comercializados;
- Será proibida a extração de minhocuçus na Floresta Nacional
de Paraopeba;
- O fogo não deverá ser usado no processo de extração.
- ARTIGO - Life History Diistribution and Abundance of the Giant Earthworm Rhinodrilus alatus RIGHI-1971 - Conservation and Management implications