Sustentar – Instituto Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Sustentabilidade

Projeto Pequi

Uso do pequi Caryocar brasiliense como alternativa de renda para a comunidade remanescente do Quilombo de Pontinha – Paraopeba – Minas Gerais

O Projeto Pequi atua na conservação do Cerrado, através do beneficiamento de frutos nativos por comunidades que encontram no pequi e em outras espécies, alternativas de renda a partir da produção agroindustrial sustentável e autônoma.

  • Fundação de amparo à pesquisa do estado de Minas Gerais (FAPEMIG);
  • Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN;
  • Programa de Extensão Universitária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
  • Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
  • DGM/FIP/Brasil
  • Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Gerais (CAA/NM);
  • Prefeitura Municipal de Paraopeba;
  • FETAEMG.
  • Associação Comunitária de Pontinha
  • Catavento Filmes
  • DGM
  • Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG)
  • Escola Municipal Doutor Teofilo Nascimento
  • Floresta Nacional de Paraopeba (Flona Paraopeba / Horto)
  • Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG)
  • Grupo Plantar
  • Instituto Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Sustentabilidade (Sustentar)
  • Laboratório de Sistemas Socioecológicos ICB/UFMG
  • Núcleo do Pequi e Outros Frutos do Cerrado
  • Pró Reitoria de Extensão da UFMG (PROEX-UFMG)
  • Programa de Extensão do Ministério da Educação (Proext-MEC)
  • Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre (PPG-ECMVS) do ICB/UFMG
  • Programa Pequenos Projeto Ecossociais (PPP-Ecos)

O Projeto Pequi surgiu em 2012 em parceria com o Laboratório de Sistemas Socioecológicos (ICB/UFMG) e a Comunidade Quilombola de Pontinha, a partir de um desdobramento do Projeto Minhocuçu, e visa contribuir com a conservação do Cerrado, pelo uso sustentável de seus recursos, e com a geração de alternativas de trabalho e renda. 

A comunidade de Pontinha é um remanescente quilombola localizado na área rural do município de Paraopeba, região central do Estado de Minas Gerais, Brasil. Com uma população em torno de 3000 pessoas, a comunidade tem como principal fonte de renda a extração e comercialização de uma espécie de minhocuçu, o Rhinodrilus alatus, muito utilizado como isca na pesca amadora, sendo os primeiros registros dessa utilização datados de 1930. A necessidade de formas alternativas de trabalho e renda foi constatada pelos próprios comunitários durante o Projeto Minhocuçu, após o estabelecimento de um acordo informal de não captura de minhocuçu durante seu período reprodutivo, que acontece na época chuvosa. Assim, foi feito um levantamento junto aos comunitários de Pontinha sobre possíveis frutos do Cerrado que pudessem ser utilizados como fonte de renda. Nesse estudo, o Pequi (Caryocar brasiliense) foi apontado como uma possível alternativa devido à coincidência do seu período de frutificação com a época de produção do minhocuçu e a abundância de pequizeiros no território quilombola.

Em 2012, foram ampliados na comunidade estudos que demonstraram que o pequi era usado apenas para consumo próprio e que a abundância e a produtividade local da espécie permitiriam sua exploração sustentável em maior escala. Além disso, estudos de mercado confirmaram a possibilidade dos produtos serem absorvidos na cadeia econômica. Foram realizados intercâmbios entre a comunidade da Pontinha e outras comunidades reconhecidas pela prática de beneficiamento de pequi, além de oficinas de capacitação em produção coletiva de óleo, castanha, polpa, doce e outros produtos à base de pequi. A partir de 2015, os produtos começaram a ser comercializados, com marca própria intitulada “Pontinha de Sabor”, inicialmente em feiras locais, com progressiva expansão para eventos regionais, cujo ápice ocorreu em 2019, com a participação da comunidade na Feira Agriminas, maior feira de agricultura familiar de Minas Gerais.

Em 2020, uma agroindústria, em dois contêineres adaptados e equipados, foi construída em terreno cedido pela Prefeitura de Paraopeba, na escola municipal da comunidade, a fim de garantir maior infraestrutura para a produção pelos comunitários e de permitir a inclusão de novos membros no grupo produtivo, possibilitando o aumento da produção e o alcance de novos mercados. Com a pandemia do COVID-19, muitos desafios foram impostos ao processo produtivo, tendo as atividades coletivas sido inicialmente paralisadas. Em 2021, em um cenário de retorno gradativo dos trabalhos presenciais e em grupo, uma série de adequações no espaço da agroindústria foram realizadas para que a produção pudesse ser retomada.

Visando uma produção cada vez mais sustentável, foram instaladas na agroindústria tecnologias como fossas ecológicas, placas fotovoltaicas e sistema de captação de água de chuva. Atualmente estão sendo instaladas outras tecnologias, como aquecedor solar, sistema de compostagem e biodigestor. Tais melhorias na infraestrutura da fábrica estão sendo acompanhadas de estudos de sustentabilidade, através do acompanhamento de todas etapas da produção para avaliação de indicadores que permitam diagnosticar os impactos do processo produtivo. Os estudos incluem pesquisas em campo para levantamento das populações de pequizeiros e outras espécies do Cerrado, como cagaita e araticum, visando compreender a viabilidade e impacto do manejo sustentável desses frutos. 

O Projeto Pequi segue desenvolvendo atividades de educação ambiental para diferentes públicos, que incluem escolas próximas à comunidade da Pontinha e os próprios comunitários do quilombo, mas também escolas da região metropolitana de Belo Horizonte, além de professores e estudantes universitários, entre outros grupos alcançados pelas ações. Tais atividades incluem a produção de cartilhas educativas, participação em feiras e eventos, oficinas com modelos didáticos, além da própria agroindústria “Pontinha de Sabor”, que prevê a realização de roteiros educativos que abordem as etapas do processo produtivo e o funcionamento das tecnologias socioecológicas.

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